segunda-feira, 29 de agosto de 2011

LIVRO DE METODOLOGIA DE HELOÍSA PENTEADO

O livro Metodologia do Ensino de Historia e Geografia de Heloísa Dupas Penteado é uma boa dica para os professores de história e geografia do 1º e do 2º Ciclos, o mesmo tras  sugestões metodológicas como: jogos, brincadeiras, atividades e vivências, para os professores trabalharem os conceitos geográficos e históricos ( tempo, espaço, natureza, cultura, relações sociais, escravidão, povos indigenas etc). Além disso, nos últimos capítulos apresenta uma reflexão sobre a praxis da formação dos professores dessas disciplinas.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Museus Brasileiros em 3D

Ao me deparar com essa dica de museus no blog Utilizando Mídias na Educação fiquei impressionada com a riqueza de detalhes apresentada durante o passeio virtual. O tour pela Casa de Cora Coralina é esplêndido, emocionante, a visualização dos detalhes é perfeita, além de ser de fácil navegação.

Atenção Professores!
Não percam a oportunidade de proporcionar aos seus alunos incríveis viagens em 3D aos Museus Brasileiros,  através do site Era Virtual - Museus, sem sair da escola.



Fonte: http://utilizandomidias.blogspot.com  Acesso: 22/08/2011

sábado, 20 de agosto de 2011

APAE, Abrace esta Instituição!

APAE, sinônimo de carinho e comprometimento com a Educação! Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

Ser voluntária na APAE de Primavera é um prazer e um carinho para com a educação.
Voluntarismo é dedicação e um comprometimento com os profissionais da APAE e com os alunos que fazem parte da Instituição.

Seja você  também um voluntário na APAE!!!

O amor dedicado aos alunos especiais, as músicas que cantamos são provas de que as diferentes linguagens se interam. 

Inicia a semana


Professora Formadora de Língua Portuguesa, Márcia Roza Lorenzzon
CEFAPRO, Polo Primavera.

Grupo de Estudo de Língua Portuguesa

                                 
O grupo de Estudo de Língua Portuguesa só tem objetivo quando há interação dos professores.

No dia 18 de agosto,  na EE Getúlio Vargas, tivemos mais um encontro.
O objetivo deste:
Socialização pela professora Sônia dos capítulos do livro, " A aula como Acontecimento" de Geraldi, A Linguagem e a Constituição da Subjetividade e Linguagem e a Questão Escolar.
Estes temas veio ao encontro de nossas práticas pedagógicas do dia a dia escolar.
Também iniciamos o estudo das Orientações Curriculares de Linguagem, que contribuirá para aprimorar nossas práticas como professores de Língua Portuguesa. 
Professora Formadora de Língua Portuguesa: Márcia Roza Lorenzzon

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

UNEMAT divulga edital de seleção para Faculdade Indígena Intercultural


17/08/2011 10:36:08
por Gabriela Araújo
Foto por: Arquivo
A Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) divulga edital  de  abertura de inscrição do processo seletivo  para o Processo de Seleção Especial 2012/1 do Curso de Licenciatura Específica em Pedagogia Intercultural, para a Formação de Professores Indígenas. As vagas são destinadas aos indígenas das etnias oficialmente reconhecidas e residentes em aldeias de Mato Grosso portadores de certificado de conclusão do ensino médio.
Pelo edital são oferecidas 50 vagas para os Cursos de Licenciatura Específica para Formação de Professores Indígenas  As vagas são financiadas a partir do convênio firmado entre a UNEMAT, Secretaria de Estado de Educação – SEDUC/MT, Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Prefeitura Municipal de Barra do Bugres.

Sala de Educador Escola Estadual Indígena Paihitwara -Paranatinga MT




Nos ,dias 12,13 e14 de julho ,estive em Paranatinga, trabalhando com os Professores Indigenas da Escola Estadual Indígena Paihitwara ,contribuindo com os temas: Linguagem Corporal e Linguagem Musical ; Novos olhares ressingnifcando a Linguagem Textual ,assistimos ao Filme ' Vem dançar 'com Antonio Bandeira, os professores gostaram muito das estratégias utilizadas pelo professor e também o comprometimento com cada aluno, foi uma boa discussâo :também lemos e discutimos as orientações curriculares área de linguagem,orientei os professores como planejar os trabalhos diários e fizemos uma oficina de Planejamento de suas áreas trabalhadas; foi muito gratificante a a diretora da escola a professora Rosiany Martins Cruz, participou durante todo tempo em que estivemos reunidos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Segunda etapa do Projeto Infantualizar


 

Iniciou ontem mais uma etapa do projeto Infantualizar.
Neste primeiro dia contamos com a participação das Professoras da Educação infantil do Município,  Alessandra,  Rosângela, Dinéia da Secel e Márcia do Cefapro.
O tema , A música no currículo escolar, contou com a participação de todas as professoras e pudemos juntas refletir sobre o que a música pode proporcionar no dia a dia no ambiente escolar:
  •   entretenimento;
  •   auxílio do aprendizado da fala, audição e coordenação motora;

  • aproximação das crianças;

  • comunicação harmoniosa.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dia 9 de Agosto dia Internacional dos Povos Indígenas



Hoje dia 9 de Agosto dia Internacional dos Povos Indígenas, decretado pela ONU(Organições das Nações Unidas) esperamos que nossos direitos sejam convalidados na Educação, Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Uma das grandes conquistas é o direito à Educação Escolar Indígena, Específica Diferenciada Multilingue e Comunitária.




segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ESCOLAS DO CAMPO FECHADAS


Mais de 24 mil escolas no campo brasileiro foram fechadas no meio rural desde 2002. O fechamento dessas escolas demonstra o drástico problema na vida educacional no Brasil, especialmente no meio rural.
Após décadas de lutas por conquistas no âmbito educacional, cujas reivindicações foram atendidas em parte - o que permitiu a consolidação da pauta – o fechamento das escolas vão no sentido contrário do que parecia cristalizado.
Nesse quadro, o MST lançou a Campanha Nacional contra o Fechamento de Escolas do Campo, que pretende fazer o debate sobre a educação do campo com o conjunto da sociedade, articular diversos setores contra esses retrocessos e denunciar a continuidade dessa política.
“O fechamento das escolas no campo nos remete a olhar com profundidade que o que está em jogo é algo maior, relacionado às disputas de projetos de campo. Os governos têm demonstrado cada vez mais a clara opção pela agricultura de negócio – o agronegócio – que tem em sua lógica de funcionamento pensar num campo sem gente e, por conseguinte, um campo sem cultura e sem escola”, afirma Erivan Hilário, do Setor de Educação do MST.
De acordo com o Censo Escolar do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), do Ministério da Educação, existiam 107.432 escolas em 2002. Em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036, significando o fechamento 24.396 estabelecimentos de ensino, sendo 22.179 escolas municipais.
Essas escolas foram fechadas por estados e municípios, mas o Ministério da Educação também tem responsabilidade. "Não se tem, por exemplo, critérios claros que determine o fechamento de escolas, que explicitem os motivos pelos quais se fecham, ou em que medida se pode ou não fechar uma escola no campo", aponta Erivan.
Ele apresenta um panorama do atual momento pelo qual passa a educação do campo, apontando desafios, lutas e propostas. Abaixo, leia a entrevista.
Como se encontra a educação no campo brasileiro, de um modo geral?
Vive momentos bastantes contraditórios. Se por um lado, na última década, avançou do ponto de vista de algumas conquistas e iniciativas significativas no campo educacional, como no caso da legislação e das políticas públicas – a exemplo das diretrizes operacionais para educação básica nas escolas do campo, aprovada em 2002, e tantas outras resoluções do conselho nacional, como o custo aluno diferenciado para o campo e as licenciaturas em Educação do Campo - por outro percebemos que os fechamentos das escolas no campo caminham na contramão desses avanços, conforme demonstram vários dados das próprias instituições do governo.
Desde 2002 até 2009, foram fechadas mais de 24 mil escolas no campo. Com isso, voltamos ao início da construção do que hoje chamamos de Educação do Campo, que foi a luta dos movimentos sociais organizados no campo, mais particularmente, o MST, contra a política neoliberal de fechamento das escolas.
A que se deve o fechamento das escolas no campo?
O fechamento das escolas no campo nos remete a olhar com profundidade que o que está em jogo é algo maior, relacionado às disputas de projetos de campo. Os governos têm demonstrado cada vez mais a clara opção pela agricultura de negócio – o agronegócio – que tem em sua lógica de funcionamento pensar num campo sem gente e, por conseguinte, um campo sem cultura e sem escola.
Nesse sentido, os camponeses e os pequenos agricultores têm resistido contra esse modelo que concentra cada vez mais terras e riqueza, com base na produção que tem como finalidade o lucro. Nessa lógica, os camponeses são considerados como “atraso”. Por isso, lutar contra o fechamento das escolas tem se constituído como expressão de luta dos camponeses, de comunidades contra a lógica desse modelo capitalista neoliberal para o campo.
Quais os objetivos da Campanha Nacional contra os Fechamentos das Escolas do Campo?
O primeiro grande objetivo é fazermos um amplo debate com a sociedade, tendo em vista a educação como um direito elementar, consolidado, na perspectiva de que todos possam ter acesso. O que precisamos fazer é justamente frear esse movimento que tem acontecido, do fechamento das escolas do campo, sobretudo no âmbito dos municípios e dos estados.
Pensar isso significa garantir esse direito tão consolidado no imaginário social, como uma conquista social à educação, garantir que as crianças e os jovens possam se apropriar do conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, que esse conhecimento esteja vinculado com sua prática social e que, sobretudo, esse conhecimento seja um mecanismo de transformação da vida, de transformação para que ela seja cada vez mais plena, cada vez mais solidária e humana.
Colado a isso, temos que fazer esse debate da educação como um direito básico, e que nós não podemos - do ponto de vista da sociedade - dar passos para trás nesse sentido, ao negar esse direito historicamente consolidado.
A educação do campo nasce como uma crítica a situação da educação brasileira no campo. E essa situação na época revelava justamente o fechamento das escolas no campo e o deslocamento das crianças, de jovens e de adultos do campo para a cidade.
Qual o significado do fechamento dessas escolas?
Passado mais de 12 anos do que chamamos de educação do campo, dentro dessa articulação que foi surgindo pela garantia de direitos, de crítica à situação do campo brasileiro, vemos esse movimento na contramão, mesmo já tendo conquistado várias políticas públicas no âmbito educacional. É preciso que não percamos de vista essa luta pela educação no campo. Essa luta passa, essencialmente, pela defesa de melhores condições de trabalho, das condições das estruturas físicas das escolas e pela conquista de mais escolas para atender a grande demanda do campo brasileiro.

A região Nordeste representou mais da metade do total de estabelecimentos fechado nos últimos anos. Por quê?
No Nordeste é onde ainda está concentrada a maior parte da população no campo. Por isso, é maior o impacto nessa região. A exemplo, a maioria das famílias em projetos de assentamentos de Reforma Agrária estão no Nordeste. É onde se fecha mais escola e continua sendo uma região que apresenta baixos níveis de escolaridade da população no quadro geral brasileiro.
A educação é um direito básico que está consolidado no imaginário popular como conquista dos movimentos sociais, da população brasileira, mas tem sido negado. Isso configura um retrocesso histórico em meio aos avanços tidos no âmbito educacional, a exemplo das resoluções do Conselho Nacional de Educação, que assegura que os anos iniciais do ensino fundamental sejam ofertados nas comunidades.
No caso dos anos finais, caso as crianças e jovens tenham que se deslocar, que consigam ir para outras comunidades no próprio campo - o que chamam de intra-campo -, mas somente após uma ampla consulta e debate com os movimentos sociais e as comunidades.
Como trabalhar essa questão nacionalmente tendo em vista que a maioria das escolas que foram fechadas é de responsabilidade dos municípios?
Os dados de fato apontam que são os estados e os municípios que tem fechado. Não poderia ser diferente, já que são estes entes federados que ofertam de maneira geral a educação básica nesse país, cada qual assumindo suas responsabilidades.
Em geral, os municípios têm assumido a educação infantil e o ensino fundamental, e tem ficado cada vez mais para os estados a responsabilidade sobre o ensino médio. O Ministério da Educação tem também responsabilidade pelo fechamento dessas escolas, até porque estamos falando de um espaço de Estado que é a expressão máxima de instituição responsável pela educação no país.
Não se tem, por exemplo, critérios claros que determine o fechamento de escolas, que explicitem os motivos pelos quais se fecham, ou em que medida se pode ou não fechar uma escola no campo.
A escola em um determinado município faz parte de uma rede maior que são as escolas públicas brasileiras. É nessa visão de país que temos que pensar. É preciso garantir que a população do campo tenha acesso ao conhecimento elaborado e que este acesso seja possível no território em que eles vivem.
De qual maneira a luta pela Reforma Agrária se alinha com a luta pela educação?
Quando falamos de luta pela Reforma Agrária, estamos nos referindo a uma luta pela conquista de direitos como o da terra e as condições necessárias para trabalhar e viver, como o direito à educação. Com isso, vinculamos permanentemente à questão do processo educacional à Reforma Agrária, pois pensar um projeto de campo e de país, fundamentalmente, passa também por pensar um projeto de educação.
A história do nosso movimento demonstra que é necessário fazer a luta pela terra paralelamente à luta por outros direitos, como educação, cultura, comunicação. Viver no campo é exigir cada vez mais conhecimento – saber elaborado – para poder viver bem e melhor, cuidando da terra e da natureza e cultivando alimentos saudáveis para toda a sociedade brasileira.
Quais são as propostas do MST para a educação do campo?
Primeiro, que o direito à educação deixe de ser apenas um direito formal, que seja direito real das pessoas que vivem no campo, no sentido de terem em seus territórios acesso à educação e à escola tão necessária e importante como para os que vivem na cidade.
O acesso ao conhecimento não deve ser moeda de troca, em que os que necessitam tenham que comprar, algo tão fortemente presenciado na educação privada. Que possamos seguir lutando para que nenhuma outra escola seja fechada no campo ou na cidade. Temos que seguir lutando cada vez mais para garantir na realidade questões como a ampliação e construção de mais escolas no campo; com acesso a toda educação básica e suas modalidades de ensino; acesso à ciência e à tecnologia, vinculados aos processos de produção da vida social no campo e seus diversos territórios camponeses, de pequenos agricultores.
Além disso, lutamos para assegurar a formação inicial e continuada dos educadores nas diversas áreas do conhecimento para atuação na educação básica, uma vez que são mais de 200 mil educadores no campo sem formação superior; garantir educação profissional técnica de nível e superior; e que se efetive uma política pública com a participação efetiva das comunidades camponesas, dos movimentos sociais do campo.
Qual a importância de que essas escolas sejam voltadas para o campo? Ou seja, que sejam escolas do campo?
Estamos falando de um princípio básico que é da produção da existência dos sujeitos do campo. Os camponeses, os trabalhadores rurais, produzem resistência nesse espaço, nesse território. Portanto, o processo educacional que defendemos é que, além de acessar uma base comum do ponto de vista do conhecimento, precisamos que as escolas que estejam situadas no campo possam incorporar dimensões importantes da vida dos camponeses. Da dimensão do trabalho, da cultura e, fundamentalmente, da dimensão da luta social - algo que é constante no campo brasileiro. Nas últimas décadas, vivemos com o avanço do agronegócio, do capital no campo, que tem se intensificado cada vez mais e tem expulsado os trabalhadores e trabalhadores que ali vivem. Há uma resistência no campo, são os trabalhadores, as comunidades camponesas lutando contra esse modelo. E a escola, de certa maneira, precisa incorporar na organização de seu trabalho pedagógico essas tensões e contradições que constituem a realidade no campo brasileiro.
E quais são os impactos e consequências que as crianças do campo sofrem ao irem estudar nas cidades?
São vários. Mas gostaria de destacar um dos principais impactos que é do ponto de vista da subjetividade. As crianças e jovens que se deslocam diariamente para estudar na cidade sofrem com o preconceito e a discriminação pelo fato de serem do campo. A cultura urbana se coloca como superior a do campo, e essa hierarquização acaba tendo impactos direto nos processos educacionais. E não poderia ser diferente. Uma vez que a cidade está colocada como sinônimo de modernidade, o campo é visto ainda como sinônimo de atraso, mesmo sendo os trabalhadores rurais responsáveis por colocar mais de 70% dos alimentos em nossa mesa. Por experiência própria, quando fiz uma das séries do ensino fundamental em uma escola da cidade, eu e os outros colegas do assentamentos éramos tratados como “inferiores”, “os coitadinhos”, quer seja pelos colegas de sala ou pelos próprios professores que não tinham formação suficiente para lidar com essas realidades. Tais posturas levam as crianças e jovens a terem vergonha de suas origens, de suas raízes, de ser o que é e passa a fortalecer uma ideia de inferioridade, levando a muitos casos de desistência da escola, e consequentemente, desiste do sonho de continuar estudando. Por isso que a luta contra o fechamento e por construção de escola no campo tem o sentido de poder tornar real o sonho de milhares de crianças e jovens de continuar estudando.


Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST



"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão"
Paulo Freire.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O USO DO APARATO ESTATAL CONTRA OS POBRES SEM TERRAS

As análises feitas são duras, como dura é a realidade. Confesso no entanto: quando a gente está presente, vê, escuta e sente a dureza, na hora do despejo, depois do despejo, e então para sempre, a dureza é maior.

No dia de ontem, 03/08/2011, o Estado de Mato Grosso (poder judiciário e poder executivo) montou um aparato repressor estraordinário. Foram muitos policiais, assustador, com seus cacetetes, armas de fogo, veículos, caminhões, helicóptero. Estavam presentes a força tática, a polícia rodoviária federal, entre outros.

Foi um cenário que dividiu os pobres: policiais, pobres assalariados, cumprindo a função repressora do Estado, comandado por aqueles como a nota abaixo esclaresse; trabalhadores sem-terra, que se sustentam com trabalhos sazonais, precários, com suas mochilas, bicicletas, colchões.

Haviam e há também crianças, algumas haviam estado na escola, queriam entender, estavam com fome e também com frio (aliás ainda estão).

No cenário de guerra, quando o movimento dos sem terra, decidiu não enfrentar a força repressora do Estado, um aparato extremamente assustador, a relação entre os sem terra e os policiais até começou a ser amistosa.  Amistosa, porque de um lado e de outro estavam e estão familiares, conhecidos, quando não esposas e maridos, irmãos. Todas pessoas da mesma cidade, do mesmo município.

Que cenários sórdidos a luta de classes nos proporcionam. A juíza, os promotores, os governantes, representantes do poder dos dominantes não estavam ali, no front, quem estava ali eram realmente os pobres, uns um pouco mais e outros um pouco menos, uns que tinham o que comer e onde dormir de noite e outros não, mas todos e todas pobres.

Algumas pessoas, sem terra, na sua pobreza material, faziam perguntas muito ricas: porque todo este aparato policial, porque tanta polícia, se nós somos da paz, somos trabalhadores, não somos bandidos, só queremos um pedaço de terra para trabalhar, produzir, "ganhar o pão nosso de cada dia" honestamente?

Para estes homens e mulheres, o Estado não ofeceu o cabo da enxada, da foice, da pá, do rastelo, mas o cabo do cacetete; não ofereceu plantadeiras, mas a pistola e a metralhdora; não ofereceu o trator, mas o camburão; não ofereceu a ceifadeira, mas um helicóptero para a repressão; não ofeceu armazéns, mas o jogar pessoas num ginásio (Didi Profeta, oh tristes profetas, que anunciam!!); não ofereceu o transporte para sementes, para os produtos, mas caminhões para transportar os poucos e muito valorosos pertences de pessoas empobrecidas, transportando-as não sabiam para onde;

Em vez de mandar brigadas de educadores, médicos, enfermeiros, engenheiros, técnicos agrícolas, o Estado mandou um batalhão de policiais.

Em vez de organizar, o Estado desmanchou.

Em vez de empolgar, o Estado entristeceu.

Em vez otimizar, potencializar, o Estado subtraiu, rouba a esperança.

Quanto cinismo sórdido!!

Quanto promoção da "pobrefobia" (vide abaixo)!!!




Laudemir Luiz Zart é professor da UNIMAT  de Cáceres
texto do professor Laudimir, postado pela professora Serlene Ana