A
diversidade do povo brasileiro
Karina Ap. Geraldo
Professora Formadora de Educação Escolar Indígena
Vivemos
em um país onde a mistura racial faz parte do cotidiano do povo brasileiro,
mais isso não significa dizer que não existe racismo ou preconceito. O
conservadorismo da população brasileira apresenta-se de varias formas e em
muitos casos. E quando paramos para discutir esse assunto causamos mal estar em
alguns indivíduos. Segundo Munanga (2003) o pior preconceito acontece quando
acreditamos não ter preconceito, o que dificulta uma análise critica e
construtora dos pensamentos e gestos, da transfiguração e da mudança de
atitudes. Munanga(2003) destaca que a cresça em uma “super. espécie” se deu
pela construção de um discurso eurocêntrico e capitalista e não por fatores
biológicos, Darwin já havia trabalhado esses conceitos em sua teoria
evolucionista e foi o primeiro cientista a destacar a importância da África na
origem da espécie humana, defendendo a ideia da não existência de raças mais
sim de espécie humana.
Muitos estudos vêm sendo realizados
para desmistificar a ideia de superioridade de raça, onde o individuo “branco”
tornou-se o centro da cultura e da civilização. Segundo pesquisadores a origem
da espécie humana está alicerçada em um único gene, ou seja, em uma única Eva,
que teria surgido no continente africano. Porem ainda hoje presenciamos que existem
varias formas de racismo e preconceitos, os não verbalizados são os mais
complicados, pois não existem leis para puni-los.
O fato é que somos frutos de uma
única espécie e que a classificação de grupos e etnias se da pela construção de
um discurso europeu, que se utilizou disso para escravizar e inferiorizar
outros grupos com cultura e formação diferente a aquela imposta pelo
colonizador. Dessa forma as escolas e os educadores necessitam desenvolver
ações pedagógicas contra o racismo, presente nos ambientes escolares e na
sociedade como um todo. A valorização da cultura africana e afrodescendente são
partes construtoras da concha de retalhos que compõem a cultura brasileira.
Quando refletimos sobre esse
emaranhado cultural que é o Brasil, vemos o quanto à presença negra está
integrada em nosso dia a dia. No sorriso fácil, no molejo, no biótipo do povo,
na comida temperada, na música entre muitos outros aspectos. Tendo os negros
exercido papel importante na construção dessa nação, trazendo para além do
Oceano Atlântico suas tradições e costumes transmitidos desde a “Senzala a Casa
Grande”. Enriquecendo constantemente o cotidiano e as práticas culturais
brasileiras. Dessa forma o dia da Consciência Negra não deve ser lembrado ou
vivido apenas no dia 20 de novembro mais sim todos os dias. Pois a
representação da cultura africana e afrodescendente não deve ser celebrada
apenas um dia do ano, tendo sempre nas escolas propostas de trabalho o
desenvolvimento de ações pedagógicas que transmitam a verdadeira história da
importância do continente africano e da cultura afrodescendente. Buscando mecanismos constantes de vencer o
preconceito e o racismo ainda presente na sociedade brasileira.
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