quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A diversidade do povo brasileiro



A diversidade do povo brasileiro

Karina Ap. Geraldo

Professora Formadora de Educação Escolar Indígena

          

  Vivemos em um país onde a mistura racial faz parte do cotidiano do povo brasileiro, mais isso não significa dizer que não existe racismo ou preconceito. O conservadorismo da população brasileira apresenta-se de varias formas e em muitos casos. E quando paramos para discutir esse assunto causamos mal estar em alguns indivíduos. Segundo Munanga (2003) o pior preconceito acontece quando acreditamos não ter preconceito, o que dificulta uma análise critica e construtora dos pensamentos e gestos, da transfiguração e da mudança de atitudes. Munanga(2003) destaca que a cresça em uma “super. espécie” se deu pela construção de um discurso eurocêntrico e capitalista e não por fatores biológicos, Darwin já havia trabalhado esses conceitos em sua teoria evolucionista e foi o primeiro cientista a destacar a importância da África na origem da espécie humana, defendendo a ideia da não existência de raças mais sim de espécie humana.
            Muitos estudos vêm sendo realizados para desmistificar a ideia de superioridade de raça, onde o individuo “branco” tornou-se o centro da cultura e da civilização. Segundo pesquisadores a origem da espécie humana está alicerçada em um único gene, ou seja, em uma única Eva, que teria surgido no continente africano.  Porem ainda hoje presenciamos que existem varias formas de racismo e preconceitos, os não verbalizados são os mais complicados, pois não existem leis para puni-los.
            O fato é que somos frutos de uma única espécie e que a classificação de grupos e etnias se da pela construção de um discurso europeu, que se utilizou disso para escravizar e inferiorizar outros grupos com cultura e formação diferente a aquela imposta pelo colonizador. Dessa forma as escolas e os educadores necessitam desenvolver ações pedagógicas contra o racismo, presente nos ambientes escolares e na sociedade como um todo. A valorização da cultura africana e afrodescendente são partes construtoras da concha de retalhos que compõem a cultura brasileira.
            Quando refletimos sobre esse emaranhado cultural que é o Brasil, vemos o quanto à presença negra está integrada em nosso dia a dia. No sorriso fácil, no molejo, no biótipo do povo, na comida temperada, na música entre muitos outros aspectos. Tendo os negros exercido papel importante na construção dessa nação, trazendo para além do Oceano Atlântico suas tradições e costumes transmitidos desde a “Senzala a Casa Grande”. Enriquecendo constantemente o cotidiano e as práticas culturais brasileiras. Dessa forma o dia da Consciência Negra não deve ser lembrado ou vivido apenas no dia 20 de novembro mais sim todos os dias. Pois a representação da cultura africana e afrodescendente não deve ser celebrada apenas um dia do ano, tendo sempre nas escolas propostas de trabalho o desenvolvimento de ações pedagógicas que transmitam a verdadeira história da importância do continente africano e da cultura afrodescendente.  Buscando mecanismos constantes de vencer o preconceito e o racismo ainda presente na sociedade brasileira.                  
           
           

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