Trabalho apresentado durante o I Seminário Regional de Educação e Formação Continuada organizado pelo Cefapro de Primavera do Leste, participaram representantes de escolas da Rede Estadual dos municípios Campo Verde, Gaúcha do Norte, Paranatinga, Poxoréu, Primavera do Leste e Santo Antônio do Leste
REGINALDO
FERREIRA MIRANDA[1]
ELIZANA
MONTEIRO LOURENÇO MIRANDA[2]
Resumo: Ser docente em uma escola indígena tem sido
uma experiência gratificante, porém desafiadora. Convivemos com um diferencial,
pois a resposta dos estudantes há tudo o que é apresentado, é sempre positiva,
o entusiasmo que demonstram e a alegria que sentem quando aprendem algo, é
estimulante. A nossa atuação é no Alto Xingu, Escola Indígena Leonardo Vilas
Boas – Sala Anexa Aldeia Nekupai ministrando aulas para o Ensino Médio e para o
Educação de Jovens e Adultos (EJA), com alunos de duas etnias: Kuikuro e
Nafukuá. A Aldeia Nekupai localiza-se a pouca distância da cidade de Gaúcha do
Norte e isto faz com que os alunos tenham um contato quase que constante com “o
branco”, o que facilita a compreensão da Língua Portuguesa ajudando em sala de
aula, embora, ainda não entendam o significado de muitas palavras ou
expressões, mesmo conhecendo-as. Com isso, o objetivo do relato é demonstrar a
ação docente que direcionamos com o intuito de contribuir para o
desenvolvimento social e intelectual dos discentes indígenas. Em sala de aula,
o método de ensino é o expositivo, por isso, inicialmente, fazemos a leitura do
conteúdo proposto, em seguida, procedemos à explicação, de forma lenta e
pausada e na sequência, aplicamos um questionário e/ou exercício de fixação,
que procuramos corrigir em sala, antes do término da aula. Procuramos respeitar
o ritmo de cada aluno e somente avançamos com o conteúdo, após perceber que
houve compreensão por parte de todos. Isto é possível, porque os alunos
indígenas não são agitados e conseguem ficar em silêncio, enquanto dedicamos
atenção aos colegas. Outro método que costumamos utilizar para fixação do
conteúdo é a divisão de grupos ou duplas para realização de alguma atividade, normalmente
pedimos que apresentem aos demais colegas e apesar da timidez, a prática tem funcionado
e a desinibição adquirida contribuído para o desenvolvimento social deles. Para
Meliá (1979, p. 60), ensinar em português é ensinar a segunda língua a partir
de uma metodologia de estudo e prática das quatro habilidades básicas da
linguagem, escutar, falar, ler e escrever. Eles aprendem melhor pelo método da
repetição, então, repetimos sempre o conteúdo anterior, antes de apresentar um
novo. Percebemos que as duas turmas têm
obtido um bom desenvolvimento em todos os sentidos, principalmente na compreensão
e fixação de conteúdo, no entanto, ainda enfrentamos a dificuldade da barreira
da língua indígena, porém, a satisfação é a contribuição para o desenvolvimento
social e intelectual de todos os alunos. Por fim, concluímos que é importante ensinar de formas diferenciada na
educação escolar indígena, considerando as diferenças culturais e formas de
aprender e ensinar própria, estruturada na cotidianidade da comunidade, sendo todos
responsáveis pelo processo que perpassa por toda vida do aluno indígena.
Referência
MELIA, Bartolomeu. Educação
indígena e alfabetização. São Paulo: Loyola, 1979.
[1] Escola Estadual Indígena Leonardo
Vilas Boas – Sala Anexa Aldeia Nekupai, Município de Gaúcha do Norte.
[2] Escola Estadual Indígena Leonardo
Vilas Boas – Sala Anexa Aldeia Nekupai, Município de Gaúcha do Norte.
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