ALÉX JUNIOR BARBOSA DE FARIAS[1]
SILMA DA PIEDADE NASCIMENTO DOS
SANTOS[2]
Resumo: É comum nos diálogos tecidos na sala de
professores, no conselho de classe relatos de professores quanto a dificuldade
de alunos em leitura e interpretação de textos, sendo abordado nesse trabalho
especificamente textos científicos. No ano letivo de 2019 na Escola Estadual
Apolônio Bouret de Melo ainda foi possível ratificar tais relatos com os
resultados das avaliações diagnósticas, internas e externas, apresentando
grande número de alunos que ainda não conseguem desenvolver as competências e
habilidades voltadas a leitura e interpretação. Neste cenário foi planejada uma
intervenção pedagógica na disciplina de Química para contribuir com a superação
das dificuldades de leitura e interpretação de textos científicos. A proposta
foi desenvolvida a partir de leitura e interpretação de seis textos científicos
com caráter informativo que abordam conteúdos trabalhados prioritariamente no
terceiro ano do Ensino Médio, por tal característica a atividade foi restrita
para as turmas de terceiro ano, entretanto a atividade pode ser adaptada para
os outros anos do Ensino Médio. Para a
leitura e interpretação dos textos foi utilizado a estratégia apresentada por
Francisco Junior (2010) que consiste em dar títulos a cada parágrafo do texto.
Esses títulos devem enunciar a ideia principal de cada parágrafo de forma que,
ao fim do exercício, os alunos, ao lerem, seus títulos consigam resumi-lo para
então compreendê-lo. Com esta estratégia, pretende-se que o aluno se envolva
num exercício mental em que possa desenvolver um diálogo com o texto,
conseguindo captar o seu significado e ter a capacidade de expressá-lo por meio
da escrita. A etapa seguinte fica pautada em questões interpretativas que se
dividem em algumas classificações: a) perguntas cuja resposta se encontra de
forma literal e direta no texto; b) perguntas que necessitam de uma busca mais
cuidadosa, na qual o leitor relacione diversos elementos do texto e faça uma
certa inferência textual; c) perguntas de elaboração pessoal, cuja resposta
precisa ser deduzida conforme seus conhecimentos e opiniões. A atividade ainda
está em desenvolvimento, entretanto os resultados serão determinados de forma
qualitativa a partir das observações do professor e quantitativamente a partir
de dados obtidos com questionários aplicados após as finalizações da proposta.
Quanto a avaliação qualitativa, mesmo com a atividade ainda em desenvolvimento
já é possível fazer algumas observações quanto ao desenvolvimento dos alunos
com a proposta. A princípio a atividade não teve boa aceitação, entretanto após
insistência e mediação, os alunos notaram a falta de fluidez em ler o texto e
interpretá-lo por parte dos mesmo, após a mediação realizada pelo professor,
onde foi explicitado as informações explícitas e implícitas e suas possíveis
relações com o cotidiano houve uma ruptura de pensamento, levando os alunos a
observarem a importância da leitura e interpretação dentro da disciplina de
Química.
FRANCISCO JÚNIOR,
W. E. F. Estratégias de leitura e educação química: que relações? Química
Nova na Escola, São Paulo, v. 32, n. 4, p. 220-226, 2010. Disponível em:
< http://qnesc.sbq.org.br/ online/qnesc32_4/03-EA5809.pdf>. Acesso em: 13
out. 2019.
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